-Você só pode estar brincando! Eu deveria ser preso e mofar em uma cela por no mínimo vinte anos! - agora ele estava de pé, encarando David Cooper indignado - E se fosse outra pessoa? Alguém que não tivesse um advogado à disposição?! Eu matei uma pessoa, David! Uma pessoa!
...
-Fale baixo! Ou quer que Isabella descubra também?
-Que se dane a sua filhinha mimada - Jason estava começando a perder o controle, tentava ignorar os impulsos, mas ficava cada vez mais difícil. Sabia do que precisava. Precisava do baseado.
-Você matou uma pessoa, já era. Supere. É com os vivos que você deve se preocupar - David era frio, soltava as palavras como se fosse pouca coisa. Foi aí que tudo fez sentido. Era pouca coisa para ele, porque não sabia a história toda.
-Você ao menos sabe o nome dele?
-Sua mãe me disse apenas o necessário para eu defender o caso, disse que era de família rica e que o pai faria de tudo para não ter a imagem suja - Jason riu, debochado - Por que está rindo?
Jason não respondeu. Ele não sabia de nada, era inútil discutir. Ao passar pela porta, onde David estava, esbarrou em seu ombro, não porque quis, mas porque sua coordenação motora não era mais como antes. Andou por algum tempo, até chegar num beco em uma parte menos movimentada da cidade. Entrou no barraco que tinha ali com a carteira em mãos. Entrou com a intenção de comprar maconha, mas saiu de lá com algo um pouco diferente. Algo um pouco mais pesado, mais viciante.
Aspirou sua primeira dose de cocaína naquele dia. Não conseguia explicar, era uma sensação de libertação, como se tudo de ruim simplesmente desaparecesse e desse lugar à uma alegria sensacional. Nem do assassinato se lembrava direito, e o que se lembrava, não importava. - posso voar se quiser! - Pensava ele. - posso fazer o que eu quiser!
Até que o efeito passou e tudo veio à tona. Lucy, David, Brian... tudo. Se sentia no fundo do poço, tudo em que conseguia pensar era que precisava de mais, não pelo que sentia quando estava drogado, mas pelo que sentia quando estava sóbrio. Mas o medo o deteve. Nunca havia usado aquilo, e não pretendia virar um viciado, usaria apenas em emergências. Como um escape.
Quando se deu conta, estava tocando a campainha de Lucy, que logo atendeu.
-Já? Pensei que precisasse de tempo.
-Eu tive tempo. Posso entrar?
-Minha mãe saiu, não é uma boa ideia - ela disse, tentando escapar.
-Ótimo - e entrou na casa.
...
-O.k., desembucha. - Lucy disse, impaciente.
-O que?
-Tem quase quinze minutos que você está sentado aí desviando o olhar de mim para o relógio, está na cara que não veio esclarecer as coisas. Por que veio?
-Eu quero te contar, Lucy, mas... não fará bem a você.
-Como pode saber se nem tentou? Eu sou mais forte do que você pensa. - Jason sorriu. Não riu, sorriu. Um sorriso bobo e divertido que revelava quem ele poderia ter sido.
-Eu sei que você pensa que é, e isso só me deixa mais louco por você.
Jason puxou-a para o seu colo e a beijou ferozmente, suas mãos passeavam pelas coxas da garota, que dava leves puxadas em seu cabelo. Desceu os beijos para o pescoço enquanto a carregava para sua cama, onde deitou-a.
Oiiiiiii!
Nem imaginam o quanto eu senti falta de vocês! Mas como não tinha criatividade pra postar, tive que ficar afastada esse tempo todo :/
O que acharam do capítulo? Eu escrevi ele de madrugada em uns 40 minutos. Não sei o que acharam, mas eu gostei! As coisas vão ficar um pouco mais pesadas daqui pra frente, me avisem se não estiverem gostando.
Queria aproveitar pra indicar um livro, "Vida de droga" de Walcyr Carrasco. O livro é brasileiro, então não sei se todas vão encontra-lo, mas vale muito a pena. Tem 170 páginas e eu o li em 2 dias, pela primeira vez eu consegui entender o que se passa na cabeça de um dependente químico, e se você tem qualquer curiosidade em experimentar, desaparece completamente.
Tenho que sair agora, então depois respondo os comentários do capítulo 9, mas já respondi os do capítulo 8!
Beijos, até o próximo post!